O Papa Francisco demitiu do estado clerical Fernando Karadima Fariña, ex-sacerdote chileno condenado por abusos sexuais.

A Santa Sé informou que o decreto assinado pelo Pontífice na quinta-feira, 27 d setembro de 2018, contempla a dispensa de todas as obrigações clericais e foi realizado de modo “excepcional em coincidência e para o bem da Igreja”, sob a potestade que compete ao Papa.

A ordem entrou em vigor desde o momento de sua publicação. Fernando Karadima foi notificado nesta sexta-feira, 28 do mesmo mês.

O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke, manifestou que o decreto se entende através de duas chaves. Como primeiro ponto, “o Papa o faz em consciência” e motivado “para o bem da Igreja”.

“O Papa Francisco está atuando como pastor, como pai, pelo bem de todo o Povo de Deus”, assegurou Burke.

“A demissão do estado clerical de Fernando Karadima é um passo a mais na linha dura do Papa Francisco ante os abusos. Estávamos diante de um caso muito sério de podridão e era necessário arrancá-lo pela raiz. Trata-se de uma medida excepcional, sem dúvida, mas os graves delitos de Karadima causaram um dano excepcional no Chile”, acrescentou o diretor.

A investigação eclesiástica sobre Fernando Karadima começou em julho de 2010 e concluiu com o decreto divulgado em 16 de janeiro de 2011, no qual foi declarado culpado de abuso sexual e lhe foi imposto como pena a retirada “a uma vida de oração e de penitência, também em reparação das vítimas de seus abusos”.

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Em 2011, foi proibido perpetuamente “o exercício público de qualquer ato de ministério, em particular da confissão e da direção espiritual de toda categoria de pessoas”.

Em 28 e 29 de abril deste ano, três vítimas de Karadima se reuniram com o Papa Francisco no Vaticano. Os presentes assinalaram que “o Papa nos pediu formalmente perdão em seu nome e em nome da Igreja universal”.

Em junho, o Pontífice voltou a se reunir com outras vítimas de Karadima, desta vez cinco sacerdotes e dois leigos, aos quais também pediu perdão.

Atualização: Foi acrescentada a declaração do diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke.

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